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BRANDOS COSTUMES



Alberto Seixas Santos, 1975

35mm - cor - 75 min


Argumento - Alberto Seixas Santos, Luísa Neto Jorge e Nuno Júdice

Realizador - Alberto Seixas Santos

Direcção de Produção - Henrique Espírito Santo e Jorge Silva Melo

Produção - CPC- Centro Português de Cinema

Director de Fotografia - Acácio de Almeida

Música - Jorge Peixinho

Montagem - Solveig Nordling

Intérpretes: Constança Navarro, Cremilda Gil, Dalila Rocha, Isabel de Castro, Luís Santos, Sofia de Carvalho



Ao contrário de outras películas do novo cinema, Brandos Costumes não é um filme de espaços urbanos, sendo maioritariamente filmado em cenários construídos nos estúdios da Tobis ou em casas de princípio do séc. XX. “A mim, Lisboa nunca me interessou como cidade, interessou-me como espaço fechado. Os meus filmes são de espaços fechados, são casas, são interiores de casas, com janelas mas sem grande importância ao que se passa no exterior. Interessam-me os interiores em que filmo, é evidente, mas são interiores atípicos, são interiores de princípio de século. Interessaram-me interiores que socialmente classificassem as pessoas, os actores que neles vão representar papéis. Quando escolhi uma velha vivenda, com um pequeno jardim para trás, correspondia ao espírito daquela família e daquela gente.” (Alberto Seixas Santos) Esse espaço doméstico, décor central em Brandos Costumes, e as relações familiares que se estabelecem entre os diferentes personagens, são um retrato da sociedade salazarista, em que os comportamentos individuais tinham já interiorizado os valores do regime. “Pensei o filme como
um conflito entre dois espaços antagónicos: um espaço íntimo, que
se passa no interior da casa, e um espaço público, que deixei para os jornais das actualidades feitos durante a ditadura do Salazar. O espaço público, a preto e branco, e o espaço privado, a cores. De um lado, há a vida privada e, do outro, a vida pública, ou talvez mais exactamente a invenção de uma vida pública. Trata‐se aqui das grandes encenações colectivas que aconteciam no Terreiro do Paço, ao qual, aliás, Salazar chamava explicitamente ‘os paços do poder’, e onde fazia sempre os seus discursos centrais. Esse espaço foi o espaço que escolhi como um dos espaços centrais das actualidades, porque é aquele que reflecte melhor a evolução da história de Portugal segundo Salazar.” (Alberto Seixas Santos)



Imagem © Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema


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