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NOJO AOS CÃES



António Macedo, 1970

Preto e branco – 93 min


Argumento e realização: António de Macedo

Assistente de realização: Vitor Barbosa

Produção: António de Macedo e Francisco de Castro

Direcção de Produção: Vitor Barbosa e Ernesto Oliveira

Director de fotografia: Elso Roque

Director de som: João Diogo

Música: Avelino Lopes

Montagem: António de Macedo



Nojo aos cães é um filme radical que António de Macedo realiza em 1970 e é o primeiro onde se sente que a autocensura é definitivamente abandonada e se afirma uma linguagem sem olhar a consequências. Retrato de uma juventude muito politizada, filmado sintomaticamente em edifícios em ruína numa indefinida paisagem rural, Nojo aos cães seria considerado um dos três ‘filmes do desespero’ juntamente com Uma Abelha na Chuva, de Fernando Lopes e O Cerco, de António da Cunha Telles. A expressão ‘filmes do desespero’, cunhada por José de Matos-Cruz, caracteriza filmes produzidos numa altura de impasse, depois da falência das Produções Cunha Telles e antes da fundação do Centro Português de Cinema, realizados com orçamentos mínimos e financiados através de fundos pessoais e de família, com empréstimos de material e a ajuda de amigos.

Nojo aos cães é um filme de cunho acentuadamente experimentalista e provocatório, uma espécie de ritual catártico onde são questionados todos os temas – política, sexualidade, religião - que se relacionam com a condição de jovem e de estudante, dois anos depois do Maio de 1968 e um ano depois dos protestos estudantis de Coimbra. O filme foi directamente rodado em película positiva e remete para um cinema directo, com a acção a durar o tempo de projecção do filme: uma manifestação de estudantes revoltosos é filmada por uma equipa de televisão e termina com a intervenção violenta da polícia política.



Imagem © Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema


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